A BYD vendeu mais carros em maio do que em qualquer outro mês deste ano, acumulando 382.476 vendas de veículos após cortar preços em até 34% nos últimos dias do mês, de acordo com uma declaração da empresa no domingo.
Do total, 376.930 eram veículos de passageiros. 204.369 eram totalmente elétricos, enquanto 172.561 eram híbridos plug-in — apenas a segunda vez desde o início de 2024 que as vendas elétricas superaram as híbridas. A meta de vendas da empresa para o ano completo é de 5,5 milhões, e até o final de maio, já havia alcançado 1,76 milhão de unidades vendidas.
Os números não aconteceram em um vácuo. Os enormes descontos no final de maio não apenas fizeram os clientes correrem para as concessionárias, mas também fizeram as ações da BYD, junto com outras ações de EV, despencarem. Os fabricantes de automóveis que não estavam cortando preços de repente tiveram que fazê-lo.
Isso provocou uma reação negativa. A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis emitiu um aviso no sábado, dizendo que “guerras de preços desordenadas intensificam a competição viciosa, comprimindo ainda mais as margens de lucro corporativas.” O grupo não nomeou ninguém diretamente, mas ninguém precisava de uma dica. Foi uma resposta clara à BYD.
Indústria reage ao caos dos descontos
O tráfego nas concessionárias da BYD explodiu após os cortes. Analistas da Citi Research estimaram que as visitas às concessionárias aumentaram 30% a 40% semana a semana. Os clientes não estavam esperando que os preços caíssem ainda mais. Eles apareceram rapidamente e compraram.
A empresa não emitiu declarações sobre o que os cortes de preços significariam para as margens ou lucros a longo prazo, mas a reação dos players da indústria e dos analistas de mercado foi imediata. Todos os outros no espaço de EV estavam cortando preços ou sendo deixados para trás.
Enquanto o surto doméstico da BYD recebeu toda a atenção, a empresa também estava fazendo movimentos na Europa. Em abril, os fabricantes de automóveis chineses, liderados pela BYD, conquistaram 8,9% do mercado de EV na região — a maior participação em nove meses. Essa recuperação veio após a União Europeia impor tarifas sobre os EVs chineses em novembro de 2024.
As tarifas desaceleraram as coisas brevemente, mas não duraram. Nos últimos dois meses, as marcas chinesas voltaram com tudo. Pesquisadores da Dataforce confirmaram a recuperação, observando um forte crescimento tanto nas vendas de elétricos quanto de híbridos de empresas chinesas.
Julian Litzinger, um analista da Dataforce, disse: “As marcas chinesas conseguiram se adaptar com sucesso ao novo ambiente de mercado.” Ele apontou que o aumento nas vendas de híbridos ajudou a impulsionar o desempenho geral na Europa.
Os híbridos chineses aumentam enquanto a MG muda de direção
Os híbridos chineses estão começando a ocupar espaço real no mercado europeu. No mês passado, essas marcas representaram 7,6% de todas as vendas de carros híbridos, em comparação com menos de 1% há um ano. A BYD está bem no centro desse aumento.
Não está apenas vendendo mais do que rivais como a Tesla; está também se empurrando mais para modelos híbridos para atender à nova demanda. Enquanto os EVs ainda representam o núcleo de seu crescimento, a empresa vê claramente a necessidade de diversificar suas apostas. Essa estratégia agora está mostrando resultados.
Um concorrente que teve que reagir rapidamente é a MG, que costumava ser a principal marca de EV chinesa na Europa. A marca, de propriedade da SAIC Motor Corp, foi duramente atingida pelos direitos da UE que agora ultrapassam 45% em EVs. Mesmo na Noruega e no Reino Unido — onde essas tarifas não se aplicam — a MG viu suas vendas de EV caírem.
A marca agora está investindo tudo em híbridos, tentando atender os compradores onde as tarifas não podem alcançar. Felipe Munoz, um analista da Jato Dynamics, disse que a MG agora está focada no crossover ZS e no subcompacto MG3, ambos modelos não elétricos que estão indo bem.
Munoz acrescentou: “O foco agora não está apenas em carros elétricos, mas em outros sistemas de propulsão.”
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