A União Europeia ganhou uma breve pausa em sua grande batalha comercial com os Estados Unidos, mas ambos os lados ainda enfrentam um caminho para um acordo duradouro. Bruxelas quer um acordo que ajude ambas as partes. Sua ideia principal é um plano de zero para zero, onde cada lado elimina todas as tarifas sobre bens industriais.

A UE quer um acordo que ajude ambas as partes. Em troca, a UE compraria mais soja, armas e gás natural liquefeito dos EUA, ajudando o plano do bloco de parar de comprar gás russo até o final de 2027.

O presidente dos EUA, Donald Trump, recuou de planos para impor tarifas de 50% sobre bens da UE a partir de 1º de junho. Após uma ligação com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ele definiu um novo prazo de 9 de julho, dando aos negociadores cinco semanas extras.

A Comissão, que lida com o comércio do bloco de 27 países, disse que a ligação deu novo impulso às conversas. No entanto, os oficiais não ofereceram sinais de que as principais questões fossem resolvidas.

Um oficial observou que a união poderia até considerar comprar mais carne sem hormônios, semelhante ao arranjo que a Grã-Bretanha fez com os EUA no início deste mês.

Na segunda-feira, a Comissão Europeia disse que defenderia vigorosamente sua proposta de tarifa “zero para zero”, apontando para uma ligação agendada no mesmo dia entre o Comissário Europeu de Comércio, Maroš Šefčovič, e o Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross (incorretamente identificado como Howard Lutnick em relatórios anteriores).

“Acreditamos que esse é um ponto de partida muito atraente para uma boa negociação que poderia levar a benefícios para ambos os lados do Atlântico,” disse um porta-voz da Comissão.

Além das tarifas, há espaço para cooperação em questões como a supercapacidade de aço — uma área onde tanto Bruxelas quanto Washington culpam a China — assim como em tecnologias digitais, como inteligência artificial.

O bloco quer o fim das tarifas de 25% sobre aço e carros, e que Trump elimine sua chamada tarifa “recíproca”, que foi estabelecida em 20% para bens, mas atualmente está em 10% durante uma pausa de 90 dias que se estende até julho.

Washington, no entanto, continua focado em reduzir seu déficit comercial de bens com a UE, que foi de quase €200 bilhões (US$228 bilhões) no ano passado, embora os EUA tenham um superávit considerável em serviços.

A Casa Branca enviou à UE uma lista detalhada de demandas.

A lista inclui o sistema de imposto sobre valor agregado da UE, regras de segurança alimentar e impostos nacionais sobre serviços digitais.

Uma fonte da indústria familiarizada com as discussões disse que Trump está buscando um acordo rápido com uma mistura de vitórias tangíveis e simbólicas, mas que as demandas de sua administração vão muito além do que a UE está disposta — ou em alguns casos, capaz — de conceder.

Por exemplo, os impostos estão sob a autoridade dos estados membros individuais da UE, então a Comissão não pode simplesmente negociá-los.

Bernd Lange, presidente do comitê de comércio do Parlamento Europeu, que lidera uma delegação de legisladores a Washington esta semana, disse que os EUA estão reclamando sobre barreiras que não existem.

“Trata-se dos nossos padrões, nossa regulamentação química e nossa regulamentação digital,” disse ele antes da viagem. “Essas não são barreiras não tarifárias. Elas não estão na mesa nas negociações.”

Lange acrescentou que a UE poderia revisar certas regras para ver se são excessivamente rigorosas, mas não abandonaria seus padrões de forma abrangente, como parece ser a demanda da Casa Branca.

A administração Trump também pediu a reindustrialização da manufatura, especialmente para aço, carros, telefones celulares e semicondutores, instando as empresas a moverem a produção de volta para os Estados Unidos.

O Ministro da Agricultura irlandês, Martin Heydon, disse na segunda-feira que a UE estava certa em buscar um acordo mutuamente benéfico, e que a frustração de Trump com a recusa da união em “simplesmente se render” era quase um elogio à posição do bloco.

“Nós somos um dos parceiros comerciais mais importantes para os EUA, então não deveríamos simplesmente concordar com cada demanda da Casa Branca,” disse Heydon. “Precisamos negociar e explicar a natureza mutuamente benéfica do comércio.”

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