De acordo com a Cointelegraph, autoridades espanholas prenderam seis indivíduos envolvidos em um sofisticado golpe global de investimento que explorou inteligência artificial para fraudar mais de US$ 20 milhões de pelo menos 208 vítimas. A operação, que utilizou anúncios deepfake com personalidades proeminentes, prometia altos retornos em investimentos em criptomoedas. As vítimas eram alvos de anúncios manipulados e muitas vezes eram enganadas várias vezes pelos fraudadores.
Os golpistas inicialmente atraíram as vítimas com promessas de investimentos lucrativos em criptomoedas, apenas para roubar seus fundos. Posteriormente, eles contataram as vítimas novamente, se passando por gestores de investimentos e alegando que os fundos roubados estavam congelados, oferecendo-se para recuperá-los por uma taxa. A polícia espanhola revelou que as vítimas, desesperadas para recuperar seu dinheiro, muitas vezes caíam nesse golpe secundário. Os fraudadores exploraram ainda mais a situação se passando por agentes da Europol ou advogados do Reino Unido, sugerindo que os fundos poderiam ser devolvidos se as vítimas pagassem impostos no país onde o dinheiro estava supostamente bloqueado.
A polícia espanhola acusou os indivíduos presos de fraude, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos dentro de uma organização criminosa. Durante a batida na residência do suposto líder, as autoridades apreenderam vários dispositivos eletrônicos, uma arma simulada e ampla documentação. O sindicato supostamente estabeleceu várias empresas falsas para canalizar os fundos roubados e usou várias identidades falsas, com o líder sozinho empregando mais de 50 pseudônimos diferentes.
A investigação também identificou vários indivíduos vinculados ao golpe em outros países, destacando o amplo alcance da rede criminosa. Especialistas alertaram sobre a crescente prevalência de golpes aprimorados por IA, com a empresa de análise de blockchain Chainalysis observando em seu relatório de fevereiro de 2024 que a IA generativa está tornando os golpes mais escaláveis e acessíveis para os cibercriminosos. A polícia espanhola enfatizou que as vítimas não foram escolhidas aleatoriamente; algoritmos foram usados para selecionar indivíduos cujos perfis correspondiam aos critérios dos golpistas, ilustrando ainda mais a natureza sofisticada da operação.