Investidores de criptomoedas no Brasil são mais jovens, têm maior renda e apostam no futuro com menos dependência do INSS



Um novo levantamento da Anbima revelou um dado que pode mudar a forma como o mercado enxerga o investidor brasileiro. Quem aposta em criptomoedas é, em média, mais jovem, possui maior renda e tem uma visão de futuro menos dependente do sistema tradicional de aposentadoria.

A pesquisa, que ouviu quase seis mil pessoas, confirmou que a poupança ainda lidera entre as aplicações financeiras, sendo escolhida por 23,4% da população. No entanto, as criptomoedas já ultrapassaram as ações em popularidade, com 4,1% contra 2,8%.

E o que diferencia o investidor cripto do restante do país?

Um novo perfil está em ascensão
Enquanto a média de idade do investidor brasileiro é de 43 anos, quem entra no universo cripto tem, em média, apenas 29,7 anos. A geração Z, nascida entre 1995 e 2010, já representa mais da metade desse público. O dado mostra o apetite de uma nova geração por inovação e autonomia financeira.

O recorte por renda também impressiona. A maior parte dos investidores em criptomoedas pertence a famílias com renda mensal entre três e cinco salários mínimos. Já no mercado tradicional, o predomínio é de brasileiros que vivem com até um salário mínimo.

A diferença de gênero também chama atenção. Mulheres representam 51,5% dos investidores em geral, mas esse número despenca para 31,3% quando o foco é o mercado cripto.

O mesmo sonho em diferentes carteiras
Apesar das diferenças, um desejo une todos os perfis: comprar a casa própria. É esse o principal objetivo declarado pelos investidores brasileiros, seguido da formação de uma reserva de emergência, aquisição de veículos e a aposentadoria.

A maioria dos investidores em criptoativos realiza suas aplicações diretamente por aplicativos de bancos. Isso mostra como a descentralização e a inovação estão se tornando parte do cotidiano financeiro da população.

O futuro visto por quem investe em cripto
Os investidores de criptomoedas também estão mais atentos ao próprio futuro. Pretendem se aposentar aos 55,2 anos, em média, o que representa uma antecipação de quase três anos em relação à média nacional. E estão se preparando para isso.

Enquanto apenas 18,3% dos brasileiros já começaram a economizar para a aposentadoria, esse número salta para 38,4% entre os investidores cripto. Quase metade deles espera viver dos próprios investimentos, praticamente o mesmo número dos que ainda confiam no INSS.

Na população geral, o cenário é diferente. Apenas 14,6% investem pensando no futuro e mais da metade depende exclusivamente do sistema público de aposentadoria.

Planejamento financeiro reduz estresse
A pesquisa também faz um alerta importante. Entre os brasileiros que gastam mais do que ganham, 71% apresentam níveis altos de estresse. Já entre aqueles que mantêm os gastos sob controle, o índice de estresse cai para 31%.

O dado reforça uma conclusão inegável. O planejamento financeiro não é apenas uma estratégia econômica, mas uma ferramenta para preservar a saúde emocional.

Criptomoedas além do hype
A pesquisa da Anbima confirma uma mudança estrutural no perfil do investidor nacional. O brasileiro que investe em criptomoedas é mais jovem, mais conectado e menos disposto a seguir modelos antigos. Busca autonomia, informação e diversificação.

Se antes a poupança reinava absoluta, agora ela divide espaço com ativos digitais. E o mercado precisa acompanhar esse movimento.