Bitcoin se consolida como ferramenta estratégica no caixa de empresas
O Bitcoin deixou de ser visto como um ativo especulativo e passou a ocupar espaço no planejamento financeiro de empresas que buscam preservar valor diante da inflação e da expansão monetária. O movimento é liderado por companhias como Méliuz e MicroStrategy, que adotaram a criptomoeda como reserva de capital.
No Brasil, a Méliuz tem se destacado pela decisão de alocar parte de sua tesouraria em Bitcoin, comparada internamente à instalação de um “reator nuclear” na estrutura financeira da empresa. Desde então, suas ações subiram até 170%, impulsionadas pela percepção de inovação e pela busca de proteção patrimonial. Israel Salmen, CEO da companhia, planeja transformar a Méliuz na primeira Bitcoin Treasury Company do país.
O debate entre executivos e analistas, como Renato 38, Diego Kolling e André Costa, reforça que o modelo tradicional de reserva em moeda fiduciária está sob pressão. Mesmo com juros nominais elevados, o rendimento real no Brasil é corroído por uma expansão contínua da base monetária, cenário que define os chamados “juros negativos”. Para esses analistas, o Bitcoin surge como alternativa viável para enfrentar a desvalorização estatal do dinheiro.
A experiência da MicroStrategy, liderada por Michael Saylor, é usada como referência. A empresa norte-americana se tornou símbolo da tese de que a alocação em Bitcoin pode preservar e até ampliar o valor de mercado no longo prazo.
Além da resistência à inflação, a adoção do Bitcoin é vista como uma afirmação de independência frente a políticas monetárias voláteis. Em tempos de incerteza, empresas que assumem essa estratégia reforçam sua narrativa de solidez e inovação.
Ao apostar na criptomoeda, companhias como a Méliuz sinalizam uma ruptura com práticas financeiras convencionais e assumem posição de protagonismo num ambiente corporativo cada vez mais impactado pela digitalização e pela descentralização econômica.