De acordo com o Fórum Econômico Mundial, a transição energética da China está marcada para 24 de junho de 2025, não apenas como uma transição ambiental para a China, mas sendo tratada pelo governo chinês como um multiplicador de segurança nacional. Elizabeth Thurbon, do Conselho Global de Futuros do Fórum Econômico Mundial, aponta a profunda mudança de estratégia, onde a energia verde não é mais vista como um dilema climático periférico, mas como uma vantagem nacional direta.

Essa mudança é muito mais do que mero simbolismo. A China está incorporando energia limpa na própria estrutura de sua governança doméstica. Objetivos econômicos, responsabilidade ambiental e desenvolvimento geopolítico não estão mais em conflito, mas entrelaçados. Pequim está reposicionando a transição energética ao caracterizá-la como um aspecto da segurança nacional. Ao fazer isso, a China não está apenas redefinindo o arcabouço de políticas climáticas, mas também transmitindo que a ordem global está mudando rapidamente.

A Transição Energética da China é uma Estratégia de Segurança, Não Apenas Política Climática

Elizabeth Thurbon propõe que a estratégia da China é “Diplomacia Energética Verde: Transição Energética para Segurança Econômica,” onde, como estado, eles tratam a transição energética como parte de planos maiores para a economia, o meio ambiente e a influência internacional. Não são apenas fazendas eólicas isoladas ou projetos de energia solar; trata-se de alterar a capacidade do estado de liderar no século XXI.

A China visa expandir sua produção doméstica de tecnologias de energia renovável e minerais críticos e reduzir sua necessidade de depender de combustíveis fósseis importados. Essa capacidade interna aprimorada fortalecerá a segurança energética e fornecerá menor exposição às flutuações do fornecimento de energia internacional. Quando Pequim constrói instalações de baterias ou investe na adoção de veículos elétricos (VEs), não está apenas buscando inovação verde; está estabelecendo uma infraestrutura nacional mais resiliente e autossuficiente.

Em paralelo a esse trabalho internamente, a China está empregando meios econômicos para fortalecer sua posição estratégica. Como um novo fornecedor global de tecnologias limpas, seja painéis solares ou metais raros, as contribuições para a tecnologia ou investimento tornam-se uma forma de capital geopolítico. Isso significa que cada painel solar, cada litro de produto que apoia a mobilidade de baixas emissões forma mais uma camada de influência na crescente abrangência de um país nos ecossistemas energéticos globais.

Um Modelo Impulsionado pelo Estado: Coordenação, Incentivos e Estabilidade Social

A estratégia da China para desenvolver energia limpa difere fundamentalmente das abordagens no Ocidente, notavelmente através de uma maior coordenação. As autoridades centrais, incluindo o Ministério das Finanças e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, planejam e financiam investimentos maciços em infraestrutura limpa. Os planejadores estatais da China não esperaram que o capital privado atuasse, mas coordenaram o mercado para satisfazer os objetivos de longo prazo de segurança e independência.

Embora as empresas privadas sejam incentivadas, elas estão, em muitos aspectos, sendo gerenciadas. Guo et al. dependem de empréstimos, subsídios e isenções fiscais para apoiar a inovação verde, mas, em última análise, o sucesso dessas iniciativas está relacionado aos resultados de desempenho. O objetivo é alinhar os investimentos em energia com os recursos e prioridades nacionais, em vez de restringir os horizontes de investimento a lucros de curto prazo.

Outra singularidade do modelo da China que vale a pena mencionar é sua atenção ao tecido social. A China está ativamente tentando gerenciar o custo humano de se afastar dos combustíveis fósseis, requalificando trabalhadores de carvão, reurbanizando regiões dependentes de combustíveis fósseis e promovendo a integração da governança local no processo de transição. Ao fazer essas coisas, a China não apenas constrói legitimidade social para a transição energética limpa, mas também a torna politicamente sustentável. A transição energética se torna possível não apenas tecnologicamente, mas em locais em toda a China politicamente.

Política Energética como Projeção de Poder no Cenário Global

A China está reformulando sua própria economia de energia e exportando essa reformulação para o exterior. Por meio da iniciativa do Cinturão e Rota Verde, empresas investidas pela China estão implantando infraestrutura renovável internacionalmente. Os investimentos do país abrem novos mercados para suas tecnologias e desenvolvem relacionamentos estratégicos de longo prazo. Além de controlar a cadeia de valor global de terras raras e minerais necessários para aplicações em baterias, a China desfruta de uma alavancagem adicional. Esses recursos e materiais não são apenas insumos de energia limpa; são o oxigênio das tecnologias militares, industriais e de consumo modernas.

À medida que as nações correm para se eletrificar, as economias que colhem, produzem e refinam esses minerais acabarão superando as nações não consumidora. O estabelecimento de padrões é outra ferramenta sutil, mas significativa. À medida que a China exporta sua tecnologia verde, também exporta suas estruturas regulatórias, conforme relatado pelo Fórum Econômico Mundial. Isso molda as normas globais em tecnologia de energia e torna os parceiros internacionais mais dependentes dos modelos chineses, uma forma poderosa de influência suave. Todos esses movimentos estão reforçando a posição da China como líder global não apenas em política climática, mas em influência geopolítica. Como observa Elizabeth Thurbon, essa não é uma transição passiva, é uma reconfiguração consciente e calculada da estrutura de poder global.

Considerações Finais: O Futuro da Segurança Nacional é Verde

Ao conceber a transição energética como um multiplicador de segurança nacional, a China está sinalizando ao mundo que os conceitos de sustentabilidade ambiental e geopolítica são mutuamente interdependentes. Essa fusão torna a China capaz de se recuperar de choques econômicos, dominar a inovação em tecnologia limpa e ter importância global sem precisar depender de importações de combustíveis fósseis.

Outras nações devem prestar atenção. Uma estratégia de energia limpa bem-sucedida agora requer não apenas inovação ou redução de carbono, mas um pensamento de espectro completo, políticas, infraestrutura, defesa, comércio e pessoas trabalhando em sincronia. Os países que reconhecerem essa interconexão precocemente estarão melhor posicionados para liderar em um século mais volátil e impulsionado pelo clima.

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