Por Blessing Mene
Em toda a África, a agritech está vacilando – não com um estrondo, mas com silêncio. E ainda assim, em meio aos pitch decks, discussões em painel e números crescentes de usuários, poucos no ecossistema estão soando o alarme.
Mas precisamos fazer isso.
A verdade é: a agritech africana está copiando modelos de fintech, perseguindo métricas de vaidade e construindo tecnologia impressionante que os agricultores mal usam. Isso não é apenas uma preocupação de financiamento – é uma crise fundamental do modelo de negócios.
1.) Agritech Não É Fintech – E Isso É OK
A fintech prospera em volume. Milhões de microtransações significam que mesmo uma taxa de transação de 0,5% pode gerar receita significativa.
Agritech? Não é a mesma coisa.
Uma plataforma de agrifinanciamento pode processar 3.000 transações em um mês, e um agregador de commodities pode fechar 15 grandes contratos no mesmo período. Copiar o modelo de preços da fintech simplesmente não funciona. O sucesso da agritech é impulsionado por margens, não por volume.
Devemos parar de fingir. Os preços devem refletir o valor entregue, não imitar plataformas baseadas em aplicativos com interações diárias de usuários.
Ironia das ironias, a Coca-Cola continua sendo um dos modelos de agri-distribuição mais lucrativos da África. Eles não cultivam culturas – mas movem produtos à base de açúcar com eficiência incomparável. As agritechs fariam bem em emprestar esse modelo: logística, branding, preços inteligentes e distribuição em massa.
Como o @minipay da Opera está servindo como um canal de distribuição para startups africanas de Blockchain – https://t.co/IQ5wwFBx5e
— Cúpula de Tecnologia da África – Acra 24-25 de setembro (@AfricaTechSMT) 14 de abril de 2025
2.) O Número de Usuários Está Alto – Mas as Receitas Estão Ausentes
Toda semana, startups promovem grandes bases de usuários:
“100.000 agricultores integrados.” “500.000 downloads.”
Mas se cada usuário pagasse apenas $10 por mês, isso deveria equivaler a milhões em receita. Então, onde está?
A resposta: muitos desses usuários não são clientes pagantes. Eles foram integrados através de subsídios doadores, pilotos gratuitos, ou simplesmente representam contas inativas.
Enquanto isso, negócios agrícolas do mundo real – processadores de mandioca em Ogun, moinhos de ração em Acra – podem ter apenas 80 clientes. Mas operam de forma lucrativa. Eles se concentram na economia unitária, giro de estoque e fluxo de caixa — não em painéis de vaidade.
Se sua plataforma afirma ter impacto, seus livros devem mostrar receita. Caso contrário, não é um negócio. É um projeto de subsídio.
FINANCIAMENTO | Fundação de Direitos Humanos concede 1 bilhão de Satoshis (10 $BTC) para apoiar 23 projetos globais de #Bitcoin – 4 são projetos africanos
Abrangendo a América Latina, África e Ásia, a mais recente coorte de beneficiários inclui iniciativas que constroem ferramentas, promovem educação e expandem… pic.twitter.com/N89T2eP2i9
— BitKE (@BitcoinKE) 4 de abril de 2025
3.) Estamos Construindo Tecnologia Que Ninguém Usa
Nos tornamos obcecados em construir: painéis de controle de IA. Ferramentas de IoT. Aplicativos móveis.
Mas pergunte aos agricultores, e eles dirão o que importa:
Fertilizante que chega a tempo
Compradores que realmente pagam
Capital de giro que é justo
Uma pessoa para chamar quando as coisas dão errado
Esses não são problemas novos – eles são os essenciais. E se as soluções que estamos construindo não os estão abordando, então não estamos solucionando para o usuário. Estamos construindo para o financiador.
Até que voltemos a problemas reais, economias unitárias reais e criação de valor real, o setor continuará a colapsar silenciosamente — não importa quantos agricultores sejam “integrados.”
[TECNOLOGIA] Startup de Agritech baseada em Blockchain do Quênia, FarmShine, levanta $250.000 em financiamento: FarmShine, uma startup de Agritech queniana que conecta agricultores com informações e fornecedores, levantou $250.000 (KE.. https://t.co/GYK3WYEnz1 via @BitcoinKE
— Melhores Blogs Quenianos (@Blogs_Kenya) 6 de dezembro de 2019
Editado pelo BitKE. O post original foi publicado aqui.
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