O presidente Donald Trump anunciou na sexta-feira sua recomendação de impor uma tarifa de 50% sobre bens importados da União Europeia, citando negociações comerciais paradas e frustrações em curso com as práticas comerciais do bloco. Ele declarou que a proposta de tarifa elevada entraria em vigor em 1º de junho de 2025, enfatizando que nenhuma tarifa se aplicaria a produtos fabricados nos Estados Unidos.
Trump criticou a UE por suas “formidáveis barreiras comerciais, impostos sobre o valor agregado, penalidades corporativas absurdas, obstáculos comerciais não monetários, manipulações cambiais e processos judiciais injustos contra empresas americanas”, que ele afirma terem contribuído para um déficit comercial dos EUA que excede 250 bilhões de dólares anualmente. Ele expressou que as discussões com a UE chegaram a um impasse, afirmando: “Nossas negociações com eles não estão indo a lugar nenhum!”
O anúncio seguiu ameaças anteriores de Trump de impor pelo menos uma tarifa de 25% sobre iPhones da Apple se a empresa não transferir a produção para os EUA. Os mercados reagiram rapidamente, com índices de ações europeus como o DAX da Alemanha e o CAC da França caindo cerca de 2%, o FTSE de Londres diminuindo 1,3% e futuros de ações dos EUA caindo acentuadamente, incluindo uma queda de 600 pontos nos futuros do Dow.
Essa nova proposta de tarifa eleva significativamente as apostas em comparação com as tarifas recíprocas de 20% introduzidas brevemente em abril, que foram suspensas em sua maior parte para permitir negociações. A suspensão deve expirar em 9 de julho, e nenhum acordo comercial substancial com a UE foi alcançado desde então, exceto por um acordo com o Reino Unido.
A Comissão Europeia ainda não comentou oficialmente, mas está supostamente preparando tarifas retaliatórias sobre mais de 100 bilhões de dólares em bens dos EUA, incluindo automóveis, bebidas alcoólicas, produtos industriais e aeronaves da Boeing, caso as negociações não avancem. Espera-se que as discussões sobre essas contramedidas continuem até 10 de junho.
Esse desenvolvimento marca uma escalada significativa nas tensões comerciais entre os EUA e a UE, com ambos os lados se preparando para potenciais repercussões econômicas à medida que se aproxima o prazo de 1º de junho.