Os mercados financeiros têm sido altamente voláteis nos meses seguintes à vitória eleitoral de Donald Trump, com o Bitcoin (BTC) se recuperando, o ouro disparando e as ações dos EUA apresentando desempenho inferior. Principais mudanças econômicas, incertezas geopolíticas e mudanças no sentimento dos investidores desempenharam um papel na formação desse cenário pós-eleitoral.
Bitcoin e ouro lideram movimentos de mercado
O Bitcoin subiu 23% desde a vitória eleitoral de Trump em 5 de novembro, atingindo o pico acima de US$ 109.000 em janeiro antes de corrigir 30%. Ele continua sendo um dos ativos de melhor desempenho no mercado.
A MicroStrategy (MSTR), uma proxy do Bitcoin, subiu 34%, apesar de ter caído 60% em relação às suas máximas.
O Ethereum (ETH) ficou para trás, caindo 18%, enquanto o domínio do BTC aumentou 2%, para mais de 61%.
Os preços do ouro atingiram novos recordes, ultrapassando US$ 3.030 a onça, refletindo o aumento da demanda por ativos de refúgio em meio à incerteza econômica e aos riscos geopolíticos.
Desempenho do mercado de ações: ações dos EUA x ações globais
As ações europeias superaram os mercados dos EUA, com o DAX da Alemanha (+20%) e o FTSE 100 do Reino Unido (+6%) registrando ganhos.
Tanto o Nasdaq quanto o S&P 500 caíram cerca de 2%, à medida que os investidores reduzem a exposição às ações dos EUA.
Um relatório do Bank of America indica uma queda recorde nas alocações de ações dos EUA, sinalizando enfraquecimento da confiança na economia dos EUA.
As ações de tecnologia "Magnificent 7" tiveram dificuldades, com a NVIDIA (NVDA) caindo 16% e a Tesla (TSLA) perdendo 6%.
Fatores macroeconômicos em jogo
O Índice do Dólar Americano (DXY) enfraqueceu, beneficiando o euro e a libra esterlina.
Os preços do petróleo caíram ~7%, já que os EUA priorizam o domínio energético.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos caíram para 4,2%, um indicador importante observado de perto pelo governo Trump.
O "Trump Put" e a desintoxicação do mercado
Analistas de mercado sugerem que a estratégia econômica de Trump envolve uma "desintoxicação" de mercado de curto prazo, abordando os excessos fiscais da era Biden e, ao mesmo tempo, pressionando por menor inflação, segurança energética e taxas de juros reduzidas.
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, sugeriu uma desaceleração controlada para realinhar os mercados.
O manual de Trump inclui culpar Biden pela recessão, implementar tarifas e usar narrativas pró-cripto para gerenciar custos.
O CEO da Bitget, Gracy Chen, vê o suporte do BTC entre US$ 73 mil e US$ 78 mil, prevendo que o Bitcoin pode atingir US$ 200 mil em 1 a 2 anos se as condições macroeconômicas favorecerem os ativos de risco.
Perspectivas para Bitcoin e os Mercados
Embora o Bitcoin permaneça altamente volátil, a crescente adoção institucional, mudanças macroeconômicas e potenciais cortes nas taxas de juros podem alimentar um novo rali. Conforme os riscos geopolíticos aumentam e os mercados globais se ajustam, os investidores estão observando de perto as mudanças de política que podem impactar criptomoedas, ouro e ações tradicionais nos próximos meses, de acordo com a CoinDesk.