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Nos últimos meses, empresas de diversos setores estão acelerando iniciativas para integrar ativos digitais às suas estruturas financeiras. Embora o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) permaneçam como principais focos dos investidores, altcoins ligadas a ecossistemas emergentes da Web3 ganham espaço nos portfólios institucionais.

Segundo Fabian Dori, diretor de investimentos do banco de ativos digitais Sygnum, há uma nítida mudança na dinâmica do mercado desde 2024. Uma pesquisa realizada pela instituição revelou que 57% das entidades pretendem aumentar seus investimentos de longo prazo em cripto.

Além disso, 63% indicaram planos de ampliar suas alocações nos três a seis meses seguintes. Neste sentido, o Bitcoin ainda lidera esse processo, com mais de 61 empresas investindo na criptomoeda, especialmente pelo seu papel consolidado como reserva de valor. Contudo, o Ethereum, por sua vez, atrai instituições pela dominância nos contratos inteligentes, embora com menor intensidade que o BTC.

As altcoins são alvo das instituições financeiras

Dori também destaca que Solana (SOL) tem atraído atenção pela blockchain otimizada, capaz de suportar um volume grande de transações com taxas reduzidas e finalização rápida. De fato, essas são características fundamentais para aplicações em DeFi, pagamentos e jogos.

Além disso, segundo ela, a rede possui ainda um ecossistema DePIN em crescimento e exchanges descentralizadas como Raydium, Orca e Pump.fun. Essas moedas já movimentaram quase US$ 1 trilhão em volume de negociação acumulado.

Ao mesmo tempo, o XRP continua sendo um dos principais ativos voltados para pagamentos transfronteiriços. Com o fortalecimento proporcionado pelo lançamento da stablecoin RLUSD da Ripple, o token se consolidou como uma solução de baixo custo para remessas internacionais.

“Com base no fluxo de ativos institucionais, estamos vendo um interesse crescente em altcoins como SOL e XRP devido aos seus casos de uso complementares e à clareza regulatória em melhoria”, disse ele Dori.

Ele destaca ainda que o lançamento de futuros de XRP na CME em 2025 e as potenciais aprovações de ETFs tanto para XRP quanto para SOL são sinais da maturação institucional desses ativos.

“O lançamento de futuros de XRP pela CME em 2025 e as potenciais aprovações de ETF para XRP e SOL indicam a prontidão institucional para avançar ainda mais na curva de risco”, disse Dori ao BeInCrypto.

Por que as instituições estão investindo nas criptos?

Além disso, altcoins associadas à geração de rendimento e à governança comunitária estão ganhando tração entre instituições. Sobretudo, aquelas que permitem staking, restaking, stablecoins com rendimento e tesouros tokenizados.

“Ao contrário de tokens especulativos com pouco ou nenhum caso de uso, altcoins que oferecem exposição a ecossistemas emergentes da Web3 também podem ver uma demanda crescente, especialmente aquelas governadas por comunidades ativas e apoiadas por utilidade real”, acrescentou.

As criptos, como USDe da Ethena e os produtos da Ondo Finance, são alternativas procuradas por oferecerem fontes alternativas de rendimento. Essas estratégias, como arbitragem de taxa de financiamento e de base, estão sendo incorporadas por players institucionais familiarizados com o retorno absoluto e gestão de risco neutra em relação ao mercado.

Ao discutir o futuro do setor, Dori indicou que a adoção institucional irá além da compra direta de BTC e ETH, avançando para derivativos sofisticados. Esses instrumentos permitem proteção, alavancagem e estratégias alinhadas aos fluxos de capital tradicionais, tornando-se interessante para gestores que buscam retorno ajustado ao risco.

Qual o impacto da tokenização no mundo real?

A tokenização de ativos do mundo real (RWAs), como imóveis, commodities e crédito privado, foi destacada como uma tendência de crescimento. Principalmente, por permitir maior liquidez, fracionamento, transparência e acesso a mercados tradicionalmente restritos. Paralelamente, o envolvimento com DeFi por meio de gateways compatíveis, como plataformas e serviços de empréstimos com compliance, se consolida como modelo ideal para integrações institucionais robustas.

A infraestrutura física descentralizada, conhecida como DePIN, e as integrações entre inteligência artificial e blockchain recebem investimento de capital de risco devido à sua escalabilidade. Essas tendências devem continuar impulsionando a expansão do ecossistema cripto.

No que diz respeito ao papel dos bancos, Dori acredita que eles se tornarão a principal ponte entre TradFi e o mundo cripto para investidores institucionais. Enquanto exchanges nativas continuam dominando o varejo e o DeFi, os bancos oferecem conformidade regulatória, custódia de nível institucional e integração com sistemas financeiros tradicionais.

O executivo destacou ainda que a possível melhora do ambiente regulatório nos EUA, especialmente com a introdução do boletim contábil SAB 122 da SEC, favorece o envolvimento dos bancos com criptoativos.

Esse avanço pode resultar em maior oferta de serviços como staking e empréstimos institucionais, elevando a competitividade dos bancos frente a exchanges como Coinbase e Binance. Casos como os da Visa e PayPal, que já adotaram stablecoins, indicam o caminho para um modelo híbrido.

Nessa trajetória, os bancos e plataformas cripto nativas poderão colaborar para ampliar o acesso institucional ao setor sem exigir conhecimento técnico profundo.

O artigo CIO da Sygnum: qual o potencial das altcoins? foi visto pela primeira vez em BeInCrypto Brasil.