Um escândalo abalou o sistema educacional do Chile nesta semana. Um professor do Colégio Mundo Mágico utilizava os computadores da escola para minerar Bitcoin e outras criptomoedas.
O caso veio à tona durante uma auditoria realizada pelo Departamento de Educação Municipal em outubro do ano passado, mas se tornou público nesta semana. O que resultou na demissão imediata do docente.
Mineração de Bitcoin o dia inteiro
Segundo Marcelo Segura, diretor do Departamento de Educação Municipal de Temuco, estado Chileno, o professor explorava pelo menos 40 computadores destinados aos alunos. Ele os mantinha ligados ininterruptamente com o objetivo de lucrar por meio de softwares de mineração de criptoativos.
A atividade consistia na execução de programas que decodificam blocos de dados para gerar BTC e outras criptomoedas.
Embora o tipo exato de software não tenha sido identificado, é provável que ele tenha utilizado ferramentas como NiceHash ou MinerGate — aplicações que permitem empregar o poder de processamento de máquinas comuns para resolver algoritmos criptográficos.
Esses programas costumam operar discretamente em segundo plano, sendo difíceis de detectar sem uma inspeção técnica aprofundada. Ao conectar os computadores a um pool para minerar criptomoedas — rede que combina recursos de múltiplos usuários — é possível obter pequenas frações de criptomoedas, transferidas para uma carteira digital associada ao usuário.
Risco de incêndio e prejuízo à segurança da escola
O aspecto mais preocupante do episódio não foi apenas o uso indevido de recursos públicos, mas também o risco potencial para toda a comunidade escolar. Segura destacou que a sobrecarga dos equipamentos resultou em um aumento constante na voltagem elétrica, o que poderia ter causado um incêndio nas instalações.
Estima-se que o professor tenha lucrado entre 500 mil e 1 milhão de pesos chilenos por mês — cerca de US$ 530 a US$ 1.064 —, embora não se saiba há quanto tempo ele mantinha essa atividade.
“Concluímos que os equipamentos estavam sendo utilizados para benefício pessoal, colocando em risco tanto a infraestrutura tecnológica quanto a segurança da escola. Por isso, tomamos as medidas que consideramos adequadas como administração”, afirmou Segura.
Ele reforçou que os dispositivos são exclusivos para fins educacionais e que qualquer uso com fins lucrativos fere a confiança depositada no corpo docente.
O caso gerou revolta entre pais, alunos e funcionários, reacendendo o debate sobre a importância de reforçar os mecanismos de controle no ambiente escolar, sobretudo no que se refere ao uso consciente da tecnologia.
O artigo Professor usava computador de alunos para minerar Bitcoin foi visto pela primeira vez em BeInCrypto Brasil.