Arábia Saudita acaba de derrubar a economia russa
A Arábia Saudita, ao liderar a OPEP+, adotou uma estratégia que abalou a economia russa ao aumentar a produção de petróleo, derrubando os preços para cerca de US$ 60 por barril — o menor valor em quatro anos.
Oficialmente, a medida visa conter membros que excederam suas cotas de produção, como Iraque e Cazaquistão, mas analistas sugerem objetivos geopolíticos mais amplos. A queda nos preços atinge em cheio a Rússia, cuja economia depende fortemente das exportações de petróleo e gás, responsáveis por cerca de um terço do orçamento do governo.
Com a guerra na Ucrânia e mais de 16 mil sanções econômicas em vigor, a Rússia já enfrenta grandes dificuldades e agora se vê ainda mais pressionada. Para manter a máquina estatal e o esforço militar, o país tem recorrido a seu fundo soberano, que já encolheu 25% desde o início do conflito.
Historicamente, essa tática lembra a década de 1980, quando a Arábia Saudita, com apoio dos EUA, também derrubou os preços do petróleo, causando perdas bilionárias à União Soviética, contribuindo para seu colapso.
Hoje, a situação russa é ainda mais delicada: com alta inflação, desvalorização do rublo e escassez de produtos importados, o impacto direto recai sobre a população. Mesmo mantendo relações diplomáticas com Moscou, a Arábia Saudita continua dependente dos EUA em termos de segurança, e sua manobra beneficia indiretamente o Ocidente, sem envolvimento militar direto.
Com uma economia já fragilizada e um cenário internacional hostil, a dúvida que persiste é por quanto tempo a Rússia conseguirá sustentar sua guerra e estabilidade interna. Essa ofensiva silenciosa no mercado de petróleo pode ser decisiva na redefinição do poder global.
Quem sabe seja o momento ideal para o Brasil parar de apenas assistir de camarote e começar a jogar. Aproveitar os ventos do caos para fechar novas parcerias energéticas, rever acordos e, quem sabe, até dar um respiro ao bolso do consumidor.
Fonte: Realidade Militar