O Bitcoin (BTC) ultrapassou US$ 99.000 pela primeira vez em quase três meses depois que o Federal Reserve dos EUA manteve as taxas de juros estáveis, desafiando a pressão pública do presidente Donald Trump para flexibilizar a política monetária.
Fed mantém taxas de juros e cita riscos de inflação e desemprego
Na conclusão da reunião do FOMC de 7 de maio, o presidente do Fed, Jerome Powell, anunciou que as taxas de juros permaneceriam na faixa de 4,25% a 4,50%. Ele alertou que os riscos elevados de inflação e desemprego persistem, apesar dos sinais de resiliência econômica.
“A inflação caiu bastante, mas ainda está acima da nossa meta de longo prazo de 2%”, afirmou Powell, acrescentando que as recentes quedas no sentimento entre famílias e empresas foram em grande parte devido às preocupações com as políticas comerciais agressivas de Trump.
Apesar da recente ameaça de Trump de remover Powell por estar "tarde demais" no corte das taxas, o Fed enfatizou a cautela, observando que o mercado de trabalho dos EUA permanece "no máximo ou próximo ao máximo de emprego". As projeções atuais esperam que a taxa dos fundos do Fed caia para 3,6% até o final do ano.
Volatilidade do Bitcoin segue decisão do Fed
Logo após os comentários de Powell, o Bitcoin caiu brevemente para US$ 95.866, mas se recuperou rapidamente — chegando a US$ 98.000 em poucas horas e, posteriormente, subindo para US$ 99.049 no momento da redação deste texto. Isso marca o nível mais alto do Bitcoin desde 21 de fevereiro.

Entradas de ETFs e sentimento de ganância impulsionam o impulso do Bitcoin
A recuperação do Bitcoin ocorre em meio a um crescente sentimento otimista. O Índice de Medo e Ganância de Criptomoedas retornou ao território da "Ganância", enquanto os ETFs de Bitcoin à vista registraram US$ 4,41 bilhões em entradas desde 26 de março, refletindo o interesse institucional renovado.
Analistas sugerem que esse movimento pode ser o início de uma nova fase de alta para o BTC. Padrões históricos mostram que pausas prolongadas nas taxas, seguidas por injeções de liquidez, tendem a beneficiar ativos escassos como o Bitcoin.
O que vem depois?
A reação do Bitcoin à pausa do Fed ressalta seu papel como um ativo sensível a fatores macroeconômicos. Analistas permanecem divididos — com alguns prevendo uma nova máxima histórica se o BTC ultrapassar US$ 100.000, enquanto outros, como o economista Timothy Peterson, alertam que um atraso nos cortes de juros pode desencadear uma retração do mercado, potencialmente empurrando o BTC de volta para US$ 70.000.
Ainda assim, enquanto a incerteza da taxa persistir e os fluxos de ETF persistirem, os touros do Bitcoin parecem estar firmemente no controle, de acordo com o Cointelegraph.