Os mercados de petróleo permaneceram indecisos na sexta-feira, após a Exxon Mobil e a Chevron terem divulgado lucros mais fortes do que o esperado, mesmo com a atividade de perfuração da Arábia Saudita caindo para seu nível mais fraco em 20 anos.

O contraste foi acentuado; a produção americana está quebrando recordes enquanto as plataformas sauditas continuam em queda, dando aos traders nenhuma direção clara sobre onde os preços do petróleo estão indo.

De acordo com relatórios dos resultados das empresas e dados de mercado da CNBC, a produção de petróleo e gás da Exxon no último trimestre foi a mais alta que já viu em qualquer segundo trimestre desde que a Exxon e a Mobil se fundiram há mais de duas décadas.

Oil markets mixed as Exxon and Chevron beat profit estimates, Saudi drilling hits 20-year low

Darren Woods, o CEO da Exxon, disse que os resultados “provaram o valor de nossa estratégia e vantagens competitivas”, apesar dos preços do petróleo mais baixos e da incerteza global. A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar as tarifas globais apenas piorou a queda nas expectativas de demanda, com o petróleo Brent caindo 11% durante o trimestre após os produtores da OPEC+ abrirem as torneiras e aumentarem a oferta.

Chevron fecha acordo com a Hess, reabre exportações da Venezuela após retorno de licença

A Chevron também não ficou para trás. Os lucros do segundo trimestre da empresa também foram superiores ao que os analistas esperavam, ajudados por níveis recordes de produção de petróleo e gás e um controle rigoroso sobre os gastos de capital.

A Chevron havia acabado de eliminar um obstáculo legal da Exxon para completar sua compra de US$ 55 bilhões da Hess, dando-lhe uma participação no Bloco Stabroek, um grande campo offshore na Guiana operado pela Exxon. A empresa conta com esse campo para manter os lucros fluindo bem até a década de 2030, mesmo que os preços do petróleo permaneçam imprevisíveis.

Oil markets mixed as Exxon and Chevron beat profit estimates, Saudi drilling hits 20-year low

A Chevron também está retomando as exportações de petróleo da Venezuela este mês. Isso segue uma licença emitida pelo Departamento do Tesouro dos EUA que permite à Chevron realizar acordos de troca com a Venezuela, que ainda está sob sanções dos EUA.

O CEO Mike Wirth disse durante a teleconferência de resultados que os primeiros embarques seriam “uma quantidade limitada”, e ele não espera que tenham muito impacto nas finanças do terceiro trimestre da empresa. Essas exportações estavam congeladas desde abril, quando a PDVSA, a estatal de petróleo da Venezuela, cancelou cargas programadas devido a faturas não pagas.

Em março, a Casa Branca de Trump revogou a licença da Chevron que havia sido originalmente concedida sob o ex-presidente Joe Biden, forçando a empresa a encerrar as atividades até maio. Mas uma troca de prisioneiros entre Washington e Caracas no mês passado ajudou a reverter a situação. O Congresso também pressionou para que a Chevron recuperasse o acesso aos barris venezuelanos, visando manter esses suprimentos longe da China.

Contagem de plataformas da Arábia Saudita despenca à medida que o foco se volta para o gás natural

Enquanto as empresas americanas estão aumentando sua produção, a Arábia Saudita tem feito o oposto. Sua contagem de plataformas de petróleo caiu para 20 em julho, abaixo de 46 no início de 2024, o nível mais baixo desde fevereiro de 2005.

Esse é o sexto mês consecutivo de cortes, após Riyadh decidir desistir de planos para aumentar a capacidade de produção da Aramco para 13 milhões de barris por dia. Eles estão mantendo 12 milhões em vez disso.

Essa queda é importante porque a Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo, e a contagem de plataformas fornece pistas sobre a oferta futura. Mas enquanto a perfuração de petróleo está em baixa, a perfuração de gás natural está em alta. O país quer economizar 1 milhão de barris de petróleo por dia até 2030, mudando para gás em suas próprias usinas.

O CEO da Aramco, Amin Nasser, disse em maio que mais da metade do investimento upstream da empresa este ano foi destinado a projetos de gás.

A Arábia Saudita havia planejado anteriormente vender esse gás no exterior na forma de amônia azul, mas agora está reconsiderando. Um relatório da Bloomberg afirma que os oficiais estão analisando diferentes opções para exportar gás de forma mais eficiente. No entanto, mesmo com as plataformas de gás em ascensão, os programas de gás não convencional do país não compensaram totalmente a queda na atividade de petróleo.

E isso está afetando duramente as empresas de serviços. A Aramco assinou 23 contratos de plataformas de gás no valor de US$ 2,4 bilhões em junho. Outro grupo de acordos que era originalmente esperado no início deste ano foi adiado para o quarto trimestre. Esse atraso está tornando a vida ainda mais difícil para os fornecedores de plataformas que já enfrentam uma demanda mais baixa, especialmente com mais campos de petróleo passando para operações sem plataformas à medida que amadurecem.

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