A Tether Holdings Ltd., emissora da stablecoin USDT, assinou um memorando de entendimento (MoU) com a empresa de agronegócio sul-americana Adecoagro S.A. O acordo foi divulgado em um comunicado à imprensa no site da Tether na quinta-feira.
As duas empresas planejam colaborar em um projeto piloto de mineração de Bitcoin no Brasil, unindo capacidades de energia renovável com a expertise em ativos digitais da Tether.
A Adecoagro é uma empresa listada na Nasdaq com operações importantes na Argentina, Brasil e Uruguai, que atualmente gerencia mais de 230 megawatts de capacidade de geração elétrica proveniente de fontes renováveis.
Adecoagro usará o software de mineração da Tether
De acordo com a declaração, o projeto piloto será lançado usando o Mining OS proprietário da Tether, um software de gerenciamento de locais de mineração. A Tether anunciou que o software será de código aberto nos próximos meses.
As políticas da Adecoagro sobre transações com partes relacionadas afirmam que seu Comitê Independente revisou e aprovou a iniciativa. A empresa vê este projeto de mineração como mais do que uma maneira de monetizar eletricidade excedente. Está buscando diversificar seu balanço patrimonial com ativos digitais como o Bitcoin.
“Estamos empolgados para explorar maneiras inovadoras de maximizar o valor de nossos ativos de energia renovável,” disse Mariano Bosch, cofundador e CEO da Adecoagro.
Bosch explicou que a parceria poderia permitir à empresa estabilizar o preço da energia que atualmente vende no mercado à vista, enquanto ganha exposição ao Bitcoin.
Falando sobre o novo MOU, o CEO da Tether, Paolo Ardoino, comentou sobre a sinergia entre a infraestrutura de energia agrícola da Adecoagro e o portfólio de operações de mineração da Tether.
“Este projeto é mais um passo em nosso crescente compromisso com a mineração de bitcoin alimentada por energia renovável”, disse Ardoino. “Destaca o potencial de alinhar a produção de energia agrícola com infraestrutura digital de ponta.”
A Adecoagro atua no setor de produção de alimentos e energia sustentável, mas agora prometeu avaliar a mineração de Bitcoin como uma fonte alternativa de demanda para sua infraestrutura existente de geração de energia.
Usando 230 megawatts (MW) de capacidade de energia, uma operação de mineração de Bitcoin pode implantar milhares de máquinas ASIC, como o Antminer S19 XP, consumindo aproximadamente 3.000 watts. Nessa escala, a operação poderia alcançar uma taxa de hash de aproximadamente 6,9 exahashes por segundo (EH/s), cerca de 1,6% da taxa total de hash da rede Bitcoin, que atualmente está perto de 430 EH/s.
Dada a atual dificuldade de mineração e uma recompensa média de bloco de 3,125 BTC pós-halving, uma instalação poderia minerar um bloco completo aproximadamente uma vez a cada 2 a 3 dias. Se gerida de forma eficiente e alimentada por energia renovável de baixo custo, as instalações da Adecoagro estariam entre as maiores operações de mineração em escala industrial do mundo.
Ardoino acredita que a empresa-mãe do USDT se tornará a maior mineradora de bitcoin até o final de 2025. A Tether divulgou recentemente que possui mais de 100.000 BTC, valendo mais de US$ 10 bilhões.
A Tether dá um passo extra na África com a parceria de Zanzibar
Em 1º de julho, a Tether também anunciou uma colaboração com o arquipélago semi-autônomo de Zanzibar, localizado na costa da Tanzânia. A empresa assinou outro MOU, desta vez com a Autoridade eGovernamento de Zanzibar, para melhorar a inclusão financeira e a educação em blockchain nas ilhas.
Como parte da iniciativa, a Tether planeja trabalhar ao lado de instituições educacionais em Zanzibar para incorporar conhecimentos sobre blockchain e ativos digitais nos currículos escolares e universitários. Isso pode ajudar os cidadãos a adicionar ao seu conhecimento sobre tecnologias descentralizadas e incentivar o desenvolvimento de uma economia digital local.
A Tether também pretende integrar suas stablecoins, incluindo o USDT atrelado ao dólar americano e o XAUT respaldado por ouro, na ZanMalipo, a plataforma de pagamentos digitais controlada pelo governo de Zanzibar. Através da ZanMalipo, os usuários locais podem se envolver legalmente com moedas digitais diretamente por meio de um canal oficial.
“Este MOU com a Autoridade eGovernamento de Zanzibar reflete nosso compromisso em avançar na alfabetização financeira e na inovação sustentável em blockchain na África,” disse Ardoino.
O CEO da Tether acrescentou que, ao investir em iniciativas educacionais e integrar ativos digitais em sistemas formais, a empresa está ajudando a lançar as bases para um futuro financeiro compatível e inclusivo.
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