Em uma grande mudança sinalizando a próxima fase de modernização da infraestrutura financeira, o Banco Central Europeu (BCE) se comprometeu com uma estratégia de dupla pista para integrar a tecnologia de livro-razão distribuído (DLT) em seus serviços de liquidação de Alvo. Como relatado pela Finextra, o plano segue meses de intenso trabalho exploratório e prepara o cenário para a Europa começar a liquidar transações tokenizadas usando dinheiro do banco central.
Essa abordagem estratégica ressalta a posição em evolução do BCE, cautelosa, mas progressista, enquanto se prepara para um futuro em que a DLT se torna integral aos mercados financeiros em vez de experimental.
50+ Ensaios, 64 Participantes: Construindo um Caso para DLT
Entre maio e novembro de 2024, o BCE conduziu uma ampla campanha de testes que incluiu mais de 50 experimentos com 64 participantes do mercado, incluindo grandes bancos, provedores de tecnologia e empresas de infraestrutura do mercado financeiro.
Esses ensaios exploraram como a DLT poderia apoiar a liquidação de transações financeiras de atacado de forma mais rápida, transparente e programável, permanecendo em conformidade com os padrões legais e operacionais sob a jurisdição do Eurosystem.
As descobertas deram aos reguladores confiança suficiente para prosseguir com um lançamento estruturado sob dois programas complementares: Pontes e Appia.
Pista Um: Pontes — Um Caminho Piloto Prático
Pontes servirá como a pista piloto de curto prazo do BCE, projetada para oferecer acesso antecipado ao mercado para opções de liquidação baseadas em DLT, mantendo a compatibilidade operacional com a infraestrutura de Serviços Alvo existente.
De acordo com o BCE, o piloto Pontes deve ser lançado até o terceiro trimestre de 2026 e ajudará a testar a viabilidade de melhorias em condições do mundo real. O piloto também estará sujeito a requisitos legais, técnicos e operacionais existentes, garantindo que a inovação não ocorra às custas da integridade do sistema.
Para facilitar a colaboração contínua, o BCE em breve emitirá um convite para expressões de interesse de instituições que desejam se juntar a um grupo de contato dedicado do Pontes.
Pista Dois: Appia — Construindo o Ecossistema de Longo Prazo
Em paralelo, Appia tem uma visão de longo prazo, focando em projetar um ecossistema de liquidação DLT totalmente integrado em toda a Europa, que poderia eventualmente se interconectar com as infraestruturas do mercado financeiro global.
Appia representa o reconhecimento do BCE de que os mercados futuros não dependerão apenas da adaptação de sistemas legados, mas exigirão novas arquiteturas digitais robustas, nativas para lidar com liquidações transfronteiriças e multi-ativos em larga escala.
Embora ainda esteja em sua fase de design inicial, Appia sinaliza para onde o BCE está indo, em direção a uma estrutura de liquidação da Zona do Euro pronta para blockchain que mantém as salvaguardas do dinheiro do banco central.
Uma Posição Medida, mas Voltada para o Futuro
A abordagem de dupla pista equilibra experimentação com responsabilidade e inovação com regulação. O método do BCE contrasta com abordagens mais agressivas ou especulativas de integração de blockchain vistas em outros lugares, enfatizando que a confiança pública, clareza legal e compatibilidade técnica são inegociáveis no campo das finanças de atacado.
Ao iniciar programas estruturados como Pontes e Appia, o BCE não está simplesmente abraçando a DLT, mas está engenheirando uma estrutura na qual a liquidação digital pode amadurecer dentro dos limites da política monetária, gestão de riscos e estabilidade do mercado.
À medida que a Europa se aproxima de um euro digital e as finanças tokenizadas se tornam menos teoria e mais prática, a base estabelecida hoje pode definir a espinha dorsal financeira da próxima geração.
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