A Índia se recusou a assinar um comunicado conjunto na recente cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) na China, citando a falha do documento em abordar suas preocupações sobre terrorismo. De acordo com um relatório da BBC, o Ministério das Relações Exteriores da Índia afirmou que a declaração não refletia as prioridades de segurança do país, particularmente em relação ao recente ataque militante em Pahalgam, Jammu e Caxemira.
A Omissão Provoca Desdém Diplomático
A SCO, formada em 2001 pela China, Rússia e quatro nações da Ásia Central para contrabalançar a influência ocidental, realizou sua reunião de ministros da defesa na China antes da cúpula de líderes neste outono. A Índia e o Paquistão se juntaram à organização em 2017, mas as tensões entre os dois vizinhos frequentemente complicaram o consenso dentro do grupo.
A declaração conjunta deste ano se tornou um ponto de discórdia para a Índia, supostamente devido à omissão do ataque de Pahalgam que ocorreu em abril. O ataque, que matou 26 turistas na Caxemira administrada pela Índia, foi atribuído a militantes baseados no Paquistão por Nova Délhi. O lado indiano, citando a ausência de qualquer referência ao incidente no texto final, viu o documento como "pró-Paquistão", especialmente porque mencionou a atividade militante no Baluchistão, onde o Paquistão acusa a Índia de apoiar grupos separatistas, uma alegação que a Índia nega.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Randhir Jaiswal, observou na quinta-feira que a linguagem proposta pela Índia sobre terrorismo "não era aceitável para um determinado país", embora ele não tenha chegado a nomeá-lo. Especulações da mídia apontaram fortemente para o Paquistão como o país em questão.
Um Padrão de Hostilidades Transfronteiriças
O Ministro da Defesa da Índia, Rajnath Singh, usou a plataforma para emitir uma crítica velada ao Paquistão, afirmando: "Alguns países usam o terrorismo transfronteiriço como um instrumento de política e oferecem abrigo a terroristas. Não deve haver lugar para tais duplos padrões. A SCO não deve hesitar em criticar tais nações."
Embora Singh não tenha nomeado explicitamente o Paquistão, o contexto era claro. O ataque em Pahalgam aproximou os dois vizinhos armados com armas nucleares do conflito, com a Índia retaliando em maio através do que chamou de ataques aéreos de precisão em "infraestrutura terrorista" no Paquistão e na Caxemira administrada pelo Paquistão. Islamabad, por sua vez, negou essas alegações e respondeu lançando mísseis e ataques de drones em território indiano.
As tensões só começaram a diminuir após uma intervenção supostamente mediada pelos Estados Unidos. Em 10 de maio, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que tanto a Índia quanto o Paquistão haviam concordado com um "cessar-fogo total e imediato". No entanto, Nova Délhi tem consistentemente negado qualquer mediação de terceiros no assunto.
Lacunas Estratégicas Dentro da SCO
A recusa da Índia em endossar a declaração conjunta da SCO enfatiza a crescente inquietação dentro do bloco. Apesar dos esforços para manter a solidariedade regional, as divisões entre a Índia e o Paquistão continuam a representar desafios para a construção de consenso. A posição da Índia também pode refletir um desconforto mais amplo com o que percebe como a ambivalência da China e da Rússia em relação ao terrorismo transfronteiriço, especialmente quando isso impacta os interesses indianos.
À medida que a SCO se prepara para sua cúpula de líderes mais tarde este ano, os observadores estarão atentos para ver se o grupo pode reconciliar essas disputas enraizadas ou se a utilidade da organização como um fórum regional continuará a se erosionar.
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