De acordo com a Cointelegraph, Elon Musk anunciou que sua empresa de inteligência artificial, xAI, realizará um retrabalho significativo de seu modelo de IA, Grok, usando uma nova base de conhecimento isenta de "lixo" e "dados não corrigidos." Musk revelou em um post no X que o próximo modelo Grok 3.5 terá capacidades de "raciocínio avançado" e pretende "reescrever todo o corpus do conhecimento humano," adicionando informações ausentes e eliminando erros. Ele enfatizou a necessidade dessa abordagem, citando a prevalência de "lixo demais" em modelos de base existentes treinados com dados não corrigidos.
Musk tem criticado consistentemente modelos de IA rivais, como o ChatGPT da OpenAI, por serem tendenciosos e omitirem informações politicamente incorretas. Sua visão para o Grok é criar um modelo "anti-woke," livre do que ele considera como correção política prejudicial. Isso se alinha com suas ações anteriores, como relaxar a moderação de conteúdo no Twitter após adquirir a plataforma em 2022, o que levou a um influxo de teorias da conspiração não verificadas, conteúdo extremista e notícias falsas. Para combater a desinformação, Musk introduziu o recurso "Notas da Comunidade," permitindo que os usuários do X forneçam contexto ou desmintam postagens exibidas de forma proeminente sob conteúdo ofensivo.
O anúncio de Musk gerou críticas de várias partes. Gary Marcus, fundador de uma startup de IA e professor emérito da Universidade de Nova York, expressou preocupação com o plano de Musk, comparando-o a um cenário distópico reminiscentes de "1984" de George Orwell. Marcus criticou a ideia de reescrever a história para alinhar-se com crenças pessoais, sugerindo que isso representa um precedente perigoso. Bernardino Sassoli de’ Bianchi, professor da Universidade de Milão, ecoou esses sentimentos, advertindo contra a manipulação de narrativas históricas por indivíduos poderosos. Ele argumentou que alterar os dados de treinamento para se adequar a perspectivas ideológicas mina a inovação e constitui controle narrativo.
Em seus esforços para reformular o Grok, Musk incentivou os usuários do X a contribuírem com "fatos divisivos" para treinar o bot, especificando que esses deveriam ser "politicamente incorretos, mas, no entanto, verdadeiros em termos factuais." Esse apelo resultou em um fluxo de teorias da conspiração e alegações extremistas desmentidas, incluindo distorção do Holocausto, desinformação sobre vacinas, afirmações pseudocientíficas racistas sobre inteligência e negação das mudanças climáticas. Críticos argumentam que a abordagem de Musk arrisca amplificar falsidades e teorias da conspiração sob o disfarce de buscar precisão factual.