De acordo com a CoinShares, o interesse institucional em investimentos em ETFs de Bitcoin diminuiu ligeiramente, já que os gestores de fundos reduziram sua exposição em 23% no primeiro trimestre.
Isso marcou a primeira queda trimestral do Bitcoin desde o lançamento dos ETFs à vista nos EUA. Ainda assim, os analistas veem isso como um rebalanceamento inteligente da carteira, não um sinal de perda de confiança nos ETFs de BTC.
No entanto, essa queda não é um sinal de que eles estão abandonando o mercado completamente. Em vez disso, mostra que muitos, principalmente fundos de hedge, estão realizando lucros e ajustando suas estratégias, à medida que os prêmios dos contratos futuros se tornaram menos atraentes.
Rebalanceamento institucional impulsiona saída de ETF de Bitcoin no primeiro trimestre
A recente queda na exposição a ETFs de Bitcoin foi causada principalmente por fundos de hedge que repensaram seus investimentos de curto prazo. A CoinShares analisou os registros 13-F e constatou que as participações institucionais caíram de US$ 27,4 bilhões para US$ 21,2 bilhões.
Trata-se de uma queda muito maior do que a do mercado geral de ETFs, que recuou 12%. Esse reequilíbrio ocorreu simultaneamente a uma queda de 11% no preço do Bitcoin, o que sugere que as instituições estavam garantindo lucros e não recuando.
A CoinShares diz que a maioria das mudanças veio de fundos de hedge, que reduziram seus investimentos em cerca de um terço, principalmente porque a negociação básica não estava mais trazendo bons retornos.
Fundos de hedge recuam, consultores intensificam investimentos
Enquanto os fundos de hedge se tornaram mais cautelosos, os consultores de investimento demonstraram maior interesse em oportunidades de ETFs de Bitcoin. Mesmo com a queda do valor do dólar, os consultores aumentaram a quantidade de Bitcoin que detinham.
Isso elevou sua participação total em exposição a ETFs para 50%. Por outro lado, a participação dos fundos de hedge caiu para 32%, e as corretoras detinham apenas 10%. Mesmo com seu valor total sendo menor.
Consultores representaram 81% dos 755 gestores institucionais que relataram possuir ativos em ETFs de BTC. A CoinShares afirmou que essa tendência se parece mais com uma mudança planejada de estratégia do que com qualquer recuo sistêmico.
Esse tipo de ajuste indica que ainda há uma forte crença no valor de longo prazo dos ETFs de Bitcoin, principalmente por parte de consultores que trabalham com investidores comuns e gerenciam portfólios mistos.
Os três principais ETFs de Bitcoin dominam as participações institucionais
A maioria dos fundos institucionais continuou a fluir para três principais ETFs de Bitcoin: o iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock, o FBTC da Fidelity e o GBTC da Grayscale. Esses três fundos representaram 85% de todos os investimentos institucionais em ETFs de Bitcoin.
A BlackRock atraiu novo capital com investimentos das grandes empresas Goldman Sachs e Macquarie, somando US$ 206 milhões e US$ 136 milhões, respectivamente.
No entanto, a Millennium Management reduziu sua participação em US$ 980 milhões, e a Bracebridge Capital retirou US$ 335 milhões.
As mudanças entre as instituições mostram que elas têm abordagens diferentes para lidar com riscos, realizar lucros e se preparar para qualquer possível movimento de mercado nos próximos meses.
Perspectiva de longo prazo
Apesar de uma retração de curto prazo, o sentimento geral em relação aos ETFs de Bitcoin entre as instituições permanece positivo. A CoinShares destacou que a maioria das carteiras possui menos de 1% em ETFs de BTC.
Isso significa que ainda há muito espaço para crescer. A empresa acredita que, assim que as regras em torno das criptomoedas ficarem mais claras e as grandes instituições se sentirem mais confiantes, provavelmente voltarão a investir pesadamente em ETFs de Bitcoin.
O relatório destacou que essa queda é um movimento de curto prazo e não de longo prazo, algo com que muitos analistas concordam.
Conclusão
A queda de 23% nas participações em ETFs de Bitcoin no primeiro trimestre de 2025 demonstra uma mudança calculada de estratégia. Os fundos de hedge realizaram lucros e reduziram suas posições porque os retornos foram menores.
No entanto, os consultores de investimento aumentaram sua participação, o que demonstrou que ainda confiam no futuro do Bitcoin. Como a maioria das carteiras tem menos de 1% em ETFs de BTC, ainda há muito espaço para crescer.
Perguntas frequentes
1. O que levou à grande queda nos investimentos em ETFs de Bitcoin no primeiro trimestre de 2025?
Os fundos de hedge realizaram lucros e reequilibraram seus investimentos devido aos menores prêmios de futuros.
2. Quanto caíram as participações institucionais no ETF BTC?
US$ 27,4 bilhões a US$ 21,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025.
3. O mercado geral de ETFs também caiu?
Sim, mas apenas 12%, menos que a queda do ETF de Bitcoin.
4. Por que os fundos de hedge reduziram seus investimentos em ETFs de BTC?
Porque os prêmios futuros eram menos atrativos, levando a retornos menores.
5. Outros investidores estão aumentando suas participações em ETFs de BTC?
Sim, consultores financeiros e outros investidores estão se mobilizando.
Glossário
Bitcoin ETF – Um produto semelhante a uma ação que reflete o valor do Bitcoin.
Fundos de hedge - Investidores flexíveis que mudam rapidamente de estratégia para maximizar os lucros.
Prêmio de Futuros - Ganhos extras com contratos de negociação baseados no preço futuro do Bitcoin.
Rebalanceamento - Ajustar investimentos para manter um portfólio equilibrado e planejado.
Basis Trade - Uma estratégia que lucra com a diferença de preço atual e futura do Bitcoin.
Fontes
Ardósia Cripto
CoinShares
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