A Blackstone divulgou seu primeiro investimento em criptomoedas, adquirindo pouco mais de US$ 1 milhão em ações do iShares Bitcoin Trust ETF (IBIT) da BlackRock. A iniciativa marca um passo significativo, embora cauteloso, para a empresa no segmento de ativos digitais, que administra aproximadamente US$ 1,2 trilhão em ativos.
Documento da SEC revela posição modesta em ETFs vinculados ao Bitcoin
De acordo com um documento arquivado em 20 de maio na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), a Blackstone informou possuir 23.094 ações da IBIT avaliadas em aproximadamente US$ 1,08 milhão em 31 de março de 2025. As ações foram compradas por meio do Fundo Multiestratégia Alternativo (BTMIX) da empresa, que atualmente administra US$ 2,63 bilhões em ativos.
Além de sua posição no IBIT, a Blackstone divulgou:
Uma participação de US$ 6.300 na Bitcoin Depot Inc. (BTM), uma operadora de caixas eletrônicos de criptomoedas, compreendendo 4.300 ações
Um investimento de $ 181.166 no ProShares Bitcoin Strategy ETF (BITO), totalizando 9.889 ações
Apesar de se autodenominar líder em investimentos alternativos, a Blackstone historicamente evitou exposição direta a criptomoedas. Em 2019, o CEO Steve Schwarzman descartou publicamente as criptomoedas como "estranhas", favorecendo sistemas monetários centralizados em descentralizados. Na época, ele reconheceu o potencial do blockchain, mas questionou seu uso como veículo monetário.

Mudanças em todo o setor destacam o crescente interesse institucional
A incursão da Blackstone em ETFs de Bitcoin coincide com entradas institucionais sustentadas em ETFs de Bitcoin à vista, particularmente o IBIT da BlackRock, que viu 20 dias consecutivos de negociação de entradas desde 9 de abril de 2025, de acordo com dados da Farside Investors.
O IBIT já acumulou mais de US$ 46,1 bilhões em entradas líquidas desde seu lançamento em janeiro de 2024, consolidando sua posição como o principal ETF de Bitcoin à vista no mercado americano. Em contraste, o Wise Origin Bitcoin Fund (FBTC) da Fidelity e o ARK 21Shares Bitcoin ETF (ARKB) ficam atrás, com US$ 11,8 bilhões e US$ 2,8 bilhões em entradas acumuladas, respectivamente.
Enquanto isso, alguns investidores institucionais estão reavaliando sua exposição. O Wisconsin Investment Board, que inicialmente ganhou as manchetes como um dos primeiros fundos estaduais dos EUA a apoiar ETFs de Bitcoin, revelou em 15 de maio que liquidou toda a sua posição de 6,06 milhões de ações do IBIT — então avaliadas em US$ 3,7 bilhões — durante o primeiro trimestre de 2025.
Uma entrada conservadora em meio a fluxos crescentes
Embora o investimento da Blackstone em ETFs de Bitcoin seja pequeno em relação ao seu portfólio total, pode sinalizar uma maior abertura entre os gestores de ativos tradicionais em relação à exposição a criptomoedas. A empresa reportou US$ 37 bilhões em capital investível em 31 de março de 2025.
Dados os fortes fluxos institucionais para ETFs de Bitcoin e a crescente aceitação de ativos digitais como uma classe de ativos emergente, a ação da Blackstone pode representar o início de uma participação institucional mais ampla no setor de criptomoedas, de acordo com a Cointelegraph.