O aumento dos spreads de crédito está surgindo como um possível sinal de alerta para ativos de risco como o Bitcoin (BTC), com analistas observando o mercado de títulos como um "canário na mina de carvão" para um estresse mais amplo do mercado.

A relação IEI/HYG — que compara o iShares 3–7 Year Treasury Bond ETF (IEI) com o iShares iBoxx $ High Yield Corporate Bond ETF (HYG) — atingiu seu nível mais alto desde o colapso do Silicon Valley Bank em março de 2023, sinalizando crescente cautela dos investidores. Esse aumento marca o aumento mais acentuado desde aquela crise, quando o Bitcoin atingiu o fundo abaixo de US$ 20.000.

Os spreads de crédito, que representam a diferença de rendimento entre títulos governamentais seguros e dívidas corporativas mais arriscadas, tendem a aumentar quando a aversão ao risco aumenta. Historicamente, essas expansões coincidiram com declínios acentuados no Bitcoin e outros ativos de risco, como durante o desenrolar do carry trade do iene em agosto de 2024, que viu o BTC cair mais de 33%.

No entanto, apesar do aumento nos spreads e do estresse mais amplo do mercado financeiro, o Bitcoin demonstrou resiliência, superando as ações tradicionais nas sessões recentes. Alguns analistas agora argumentam que o BTC está começando a se desvincular dos ativos de risco tradicionais, evoluindo para um potencial porto seguro ou “hedge de isolamento dos EUA” em meio à crescente incerteza macroeconômica.

A questão-chave é se esse último pico nos spreads de crédito marca um pico — ou se um aperto maior está por vir. Se as condições financeiras continuarem a se deteriorar, o impacto pode se espalhar pelos mercados de criptomoedas, a menos que a narrativa emergente de refúgio seguro do Bitcoin ganhe mais força, de acordo com a CoinDesk.