De acordo com o Cointelegraph, espera-se que o Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) tenha um papel reduzido na regulamentação de criptomoedas, à medida que outras agências federais, como a Securities and Exchange Commission (SEC), e reguladores estaduais assumem responsabilidades mais significativas na formulação de políticas de criptomoedas. Ethan Ostroff, sócio do escritório de advocacia Troutman Pepper Locke, destacou essa mudança, observando que a atual administração provavelmente testemunhará uma retração substancial do CFPB em favor de outros órgãos reguladores. Ostroff explicou que os reguladores estaduais, autorizados pela Lei de Proteção Financeira do Consumidor (CFPA), poderiam assumir algumas das funções regulatórias do CFPB. No entanto, ele enfatizou que certas funções regulatórias permaneceriam sob a jurisdição do CFPB devido às estruturas legais estabelecidas. Ele apontou o Departamento de Serviços Financeiros de Nova York (NYDFS) e o Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia (DFPI) como entidades estaduais importantes prontas para liderar a regulamentação de criptomoedas.
Apesar da redução prevista no papel do CFPB, Ostroff esclareceu que a agência não seria desmantelada durante o governo do presidente dos EUA, Donald Trump. A existência do CFPB é salvaguardada por obrigações e requisitos estatutários que exigem ação do Congresso para quaisquer mudanças significativas. O governo Trump tem o CFPB como alvo como parte de uma iniciativa mais ampla do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) para cortar gastos do governo e reduzir a dívida federal. Russell Vought, o recém-nomeado chefe do CFPB, anunciou cortes significativos de financiamento e reduções operacionais logo após assumir o cargo em fevereiro de 2025.
A senadora de Massachusetts Elizabeth Warren, cofundadora do CFPB, criticou essas medidas, especialmente contra Elon Musk, a quem acusou de desmantelar a agência. Warren descreveu Musk como um "ladrão de banco" e argumentou que as ações do governo Trump visavam desfazer as regras de proteção ao consumidor e exercer maior controle sobre o sistema financeiro. Em entrevista à Mother Jones em 12 de fevereiro, Warren enfatizou que o Poder Executivo não possui autoridade estatutária para desmantelar completamente o CFPB, um processo que requer aprovação do Congresso. Este debate em andamento destaca as complexidades e os desafios de equilibrar a supervisão regulatória e a eficiência governamental no cenário em evolução da regulação financeira.