De acordo com a Cointelegraph, o uso de combustíveis de hidrocarbonetos na mineração de Bitcoin diminuiu significativamente nos últimos 13 anos, com o uso de energia de carvão caindo de 63% em 2011 para 20% em 2024. Isso representa uma redução média anual de aproximadamente 8%, conforme destacado em um relatório da MiCA Crypto Alliance divulgado em 31 de março. Ao mesmo tempo, a participação de energia renovável na mineração de Bitcoin tem aumentado, aumentando a uma taxa média de 5,8% ao ano. Esses dados indicam uma mudança consistente em direção a soluções de energia mais limpas e sustentáveis na mineração de Bitcoin, com expectativas de maior descarbonização e redução do impacto ambiental do Bitcoin no futuro.
A transição no perfil energético do Bitcoin ocorre no contexto do aumento do consumo global de carvão. A Agência Internacional de Energia (AIE), uma organização política intergovernamental sediada em Paris, relatou que o uso global de carvão atingiu um novo recorde em 2024, estimado em 8,8 bilhões de toneladas. A AIE prevê que a demanda global por energia de carvão permanecerá perto de níveis recordes até 2027, impulsionada pelo aumento do consumo em economias emergentes como Índia, Indonésia e Vietnã. Esse contraste destaca a dinâmica energética em evolução do Bitcoin em meio a tendências globais de energia mais amplas.
O relatório da MiCA Crypto Alliance descreve cinco cenários potenciais para a pegada de carbono do Bitcoin, variando de um preço BTC de baixa de US$ 10.000 a um cenário ultra-altista de US$ 1 milhão. Esses cenários incluem um preço baixo de US$ 10.000, um preço base de US$ 110.000, um preço médio de US$ 250.000, um preço alto de US$ 500.000 e um preço muito otimista de US$ 1 milhão por BTC. Em um cenário de preço médio, a energia renovável é projetada para ser responsável por 59,3% a 74,3% do uso total de eletricidade do Bitcoin, dependendo do cenário de política, excluindo o uso de energia nuclear.
O relatório também prevê um pico no consumo de energia da mineração de Bitcoin por volta de 2030, alinhando-se com uma previsão semelhante da plataforma de ativos digitais NYDIG em setembro de 2021. As estimativas da NYDIG sugerem que, mesmo em um cenário de alto preço, o consumo de eletricidade do Bitcoin atingiria o pico em 11 vezes seu nível de 2020, mas representaria apenas 0,4% do consumo global de energia primária e 2% da geração global de eletricidade. Esta projeção ressalta o potencial da mineração de Bitcoin para continuar sua mudança em direção a práticas de energia mais sustentáveis, mantendo uma parcela relativamente pequena do consumo global de energia.