O Federal Reserve deixou as taxas inalteradas em 7 de maio, mas fatores macro e injeções de liquidez ainda podem impulsionar o Bitcoin em direção a US$ 100.000.
BTC se mantém acima de US$ 96 mil enquanto o mercado observa a liquidez e a narrativa de proteção contra a recessão
O Bitcoin (BTC) está sendo negociado a US$ 96.161, uma alta de quase 3% após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manter sua taxa básica de juros estável entre 4,25% e 4,50%, estendendo a pausa da política monetária pela terceira reunião consecutiva. Embora nenhum corte de juros tenha sido anunciado, analistas acreditam que as criptomoedas ainda podem se recuperar, à medida que as condições financeiras mais amplas mudam em favor de ativos escassos e de risco.

Por que a decisão do Fed ainda pode ser otimista para o Bitcoin
Embora o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) não tenha alterado as taxas, reconheceu os riscos crescentes de desemprego e inflação em meio a condições econômicas incertas e níveis de preços ao consumidor estáveis. Esse cenário, somado às compras de títulos do Tesouro dos EUA e à desvalorização da moeda global, prepara o cenário para uma nova alta das criptomoedas.
O economista Jim Paulsen observa que, quando a taxa dos fundos federais permanece acima do nível "neutro" (ajustada pela inflação básica do PCE), a economia americana historicamente caminha para a recessão ou "estagnação do crescimento". Isso agora se reflete na queda do sentimento do consumidor e no aumento da pressão sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que tem enfrentado críticas do presidente Donald Trump por não flexibilizar a política monetária mais rapidamente.

Intervenção do Tesouro e injeção de liquidez podem dar suporte às criptomoedas
Em 5 de maio, o Fed realizou uma compra de US$ 20,5 bilhões em títulos do Tesouro, um sinal de possível expansão renovada do balanço patrimonial. Embora não seja uma política formal de flexibilização, tais ações frequentemente injetam liquidez nos mercados — uma condição historicamente otimista para o Bitcoin e ativos digitais.
Além disso, com os rendimentos dos títulos do Tesouro se estabilizando e as expectativas de cortes múltiplos nas taxas diminuindo, alguns investidores agora preferem hedges alternativos como Bitcoin, ouro e commodities em vez de dinheiro ou títulos.
Fraqueza do dólar e alta do ouro favorecem impulso do Bitcoin
O Índice do Dólar Americano (DXY) caiu abaixo de 100 pela primeira vez desde julho de 2023, evidenciando a queda da confiança na liderança monetária dos EUA. Ao mesmo tempo, o ouro subiu mais de 12% nos últimos 30 dias, sendo negociado perto de sua máxima histórica de US$ 3.500. Ambas as tendências apontam para um apetite crescente por ativos escassos e resistentes à inflação — e o Bitcoin se encaixa nessa narrativa.

Preço do Bitcoin mira rompimento de US$ 100 mil
Com o Bitcoin pairando acima de US$ 96.000, analistas afirmam que a barreira psicológica de US$ 100.000 é o próximo grande alvo. Caso as condições macroeconômicas persistam — incluindo o fraco desempenho do dólar americano, a confiança limitada dos Tesouros e as contínuas injeções de liquidez — o BTC pode estar prestes a romper as taxas nas próximas semanas, independentemente da política de juros.
Enquanto isso, o Crypto Fear & Greed Index saltou para 67, refletindo o crescente otimismo dos investidores, de acordo com o Cointelegraph.