Mudanças nas tendências do Tesouro e do Ouro sinalizam um cenário macroeconômico favorável para o Bitcoin
O Bitcoin (BTC) pode estar prestes a sofrer uma grande alta de preço, já que as tendências financeiras globais refletem cada vez mais as condições vistas durante a alta de 2020-2021, sugerem analistas.
Dados recentes destacam grandes mudanças na alocação global de ativos, incluindo um aumento histórico nas entradas de títulos do Tesouro dos EUA, redução da exposição de bancos centrais estrangeiros aos títulos do Tesouro e um acúmulo acelerado de reservas de ouro — fatores que historicamente se correlacionam com fortes altas do Bitcoin.

Bancos Centrais Reduzem Posições de Títulos do Tesouro e Recorrem ao Ouro
De acordo com os dados mais recentes:
Os fundos do Tesouro dos EUA registraram US$ 19 bilhões em entradas na semana passada, o maior valor desde março de 2023.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 30 anos caíram 30 pontos-base em relação aos picos de abril, sinalizando uma crescente demanda por títulos.
Os bancos centrais estrangeiros reduziram suas participações em títulos do Tesouro dos EUA para 23% da dívida pública pendente do governo dos EUA — o menor nível em 22 anos.
Enquanto isso, a participação do ouro nas reservas globais dos bancos centrais atingiu 18%, a maior em 26 anos.
Essa mudança, alimentada em parte pelas atuais tensões tarifárias entre EUA e China, sinaliza uma tendência gradual de desdolarização, com os bancos centrais buscando alternativas aos instrumentos de dívida dos EUA.

Paralelos históricos: a alta do Bitcoin em 2020
Padrões macroeconômicos semelhantes impulsionaram a recuperação histórica do Bitcoin durante a pandemia:
Em 2020, os picos nas entradas de títulos do Tesouro dos EUA coincidiram com a alta do Bitcoin de US$ 9.000 para US$ 60.000.
A participação do ouro nas reservas globais aumentou 14,5% em 18 meses.
Os investidores buscaram reservas alternativas de valor em meio a preocupações com os sistemas monetários tradicionais.
A dinâmica atual do mercado de títulos e ouro sugere que condições semelhantes estão surgindo, preparando o cenário para um possível rompimento do Bitcoin em 2025.
Demanda institucional domina a alta atual do Bitcoin
Analistas da Capital Flows e da Bitwise destacam que o último aumento no preço do Bitcoin, que elevou o BTC acima de US$ 94.000, é em grande parte impulsionado pelas instituições e não pelo varejo:
O interesse de pesquisa do Google por “Bitcoin” permanece próximo das mínimas de longo prazo, de acordo com o CEO da Bitwise, Hunter Horsley.
Tesourarias corporativas, gestores de ativos e até mesmo entidades soberanas estão impulsionando cada vez mais a demanda por Bitcoin.
Ciclos anteriores correlacionaram fortemente os movimentos de preços do Bitcoin com o volume de pesquisas no varejo; essa mudança sugere uma dinâmica de mercado em amadurecimento.
Dados do SEMrush mostram que, em ciclos anteriores, os volumes de pesquisa de Bitcoin tinham uma correlação de 91% com os movimentos de preços, uma tendência que parece ter divergido em 2025.
Riscos Permanecem: Impacto de uma Potencial Recessão
Apesar dos sinais de alta, alguma cautela permanece:
Uma recessão global poderia prejudicar a recuperação do Bitcoin se os investidores migrarem para dinheiro e ativos seguros tradicionais, como títulos do Tesouro dos EUA, em vez de ativos mais arriscados.
As condições de liquidez e o sentimento dos investidores nos próximos trimestres serão essenciais para sustentar o impulso ascendente do Bitcoin.
No entanto, a combinação de rendimentos mais baixos dos títulos do Tesouro, acumulação de ouro pelos bancos centrais e crescente adoção institucional apresenta um cenário macroeconômico convincente para o próximo movimento potencial do Bitcoin em direção a novas máximas históricas, de acordo com a Cointelegraph.