O Brasil movimentou cerca de US$ 318,8 bilhões (equivalentes a R$ 1,7 trilhão) em criptoativos entre julho de 2024 e junho de 2025, registrando um crescimento de 109,9% em relação ao período anterior e reafirmando sua posição de liderança na região.

Segundo o 2025 Geography of Cryptocurrency Report, estudo da Chainalysis divulgado nesta quinta-feira (2), o país está muito à frente de outros mercados latino-americanos, como Argentina (US$ 93,9 bilhões), México (US$ 71,2 bilhões), Venezuela (US$ 44,6 bilhões) e Colômbia (US$ 44,2 bilhões).

A análise destaca ainda que a relevância do Brasil vai além do contexto regional. No ranking Global Crypto Adoption Index 2025, que mede a adoção de criptomoedas em diferentes países a partir de dados on-chain e off-chain, o Brasil aparece entre os cinco maiores mercados do mundo.

O avanço brasileiro é considerado abrangente e consistente. Além do forte movimento institucional, houve expansão em todas as faixas de transferência de valor, demonstrando maior maturidade do varejo e uso crescente no cotidiano.

O estudo mostra também que as stablecoins são o motor desse crescimento: mais de 90% das transações cripto no país já envolvem esses ativos, usados principalmente para pagamentos e remessas internacionais. Outro ponto de destaque é que o Brasil lidera na região as conversões entre moeda local e criptomoedas (fiat-cripto).

No cenário da América Latina como um todo, o volume movimentado foi de quase US$ 1,5 trilhão entre julho de 2022 e junho de 2025. Embora volátil, a trajetória foi de alta: de US$ 20,8 bilhões em julho de 2022, o mercado alcançou o recorde de US$ 87,7 bilhões em dezembro de 2024, mantendo vários meses acima dos US$ 60 bilhões no fim de 2024 e início de 2025. Outro diferencial da região é a preferência pelas exchanges centralizadas (CEXs), responsáveis por 64% da atividade, índice superado apenas pelo Oriente Médio e Norte da África (66%), e acima da América do Norte (49%) e Europa (53%).

Por fim, o relatório ressalta que, além do crescimento acelerado, o Brasil também se destaca pelo avanço regulatório, com legislações já em vigor e novas regras em discussão.